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Projeto RefloreSer inicia cultivo de flores na Penitenciária Ana Maria do Couto May

30/05/2019 19:43 | Ressocialização
Foto da Notícia: Projeto RefloreSer inicia cultivo de flores na Penitenciária Ana Maria do Couto May

img    Começa o plantio de sementes de uma nova história de ressocialização na Penitenciária Ana Maria do Couto May, em Cuiabá. Foi inaugurado nesta quarta-feira (29) o projeto RefloreSer - uma ação multidisciplinar que profissionaliza, resgata a dignidade e a autoestima e possibilita a remição de pena.

    Com potencial em Mato Grosso, o cultivo de flores de corte, flores tropicais e plantas ornamentais será realizado por 60 recuperandas selecionadas para participar do projeto. Enquanto trabalham para a remição da pena, elas serão capacitadas para um novo e promissor mercado de trabalho.

    Responsável pela capacitação, o professor do departamento de Agronomia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Rafael Campagnol explica que a região da Baixada Cuiabana é propícia para o cultivo de flores tropicais, mas também está sendo feita a seleção de outros tipos com potencial para cultivo. Para isso, está sendo desenvolvido um trabalho de tecnologia para adequar as condições climáticas com tela de sombreamento e sistema de irrigação, por exemplo, que possibilitam flores de qualidade e com alto valor agregado.

   img “Aqui em Mato Grosso a produção é incipente, não tem grandes áreas de cultivo, mas apresenta muito potencial, principalmente, para aquelas flores de clima tropical que são mais adaptadas ao clima local. É um mercado extremamente potencial. Temos uma perspectiva muito positiva de inserir os produtos produzidos aqui no mercado cuiabano”, complementou.

    Ele ainda aponta que a floricultura, em Mato Grosso, possui um grande potencial de desenvolvimento, então o curso de capacitação oferecido às recuperandas visa proporcionar um treinamento para que elas possam, no futuro, atuar nessa atividade, inclusive se tornando produtoras. “É um ramo que tem poucas pessoas atuando no Estado”, disse.

    Do valor arrecadado com a comercialização dos produtos, metade será destinado às trabalhadoras do projeto e a outra metade será investida na manutenção do RefloreSer.

    “Quando falaram do projeto, fui uma das primeiras a me candidatar. A ideia de cultivar flores é maravilhosa”, destacou Adriana Ferreira que, aos 41 anos, viu uma chance de aprender uma profissão.

    Para Rosana Garcia Cabrera, o RefloreSer traz uma nova perspectiva de vida. Com a renda obtida pelo cultivo de flores, ela, que tem 25 anos, pretende auxiliar seus dois filhos e sua mãe e, mais que isso, abraçar a chance de se preparar para o mercado de trabalho.

img    “Falo sempre para as meninas que estou aqui para ter uma boa educação. Tivemos essa oportunidade e vou agarrar com as duas mãos”, afirmou.

    Secretário-geral da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT), Flávio Ferreira aponta que, antes de se iniciar o projeto, foi feita uma pesquisa que verificou a falta dessa mão de obra. “Os viveiros de Cuiabá e Mato Grosso não contam com mão de obra qualificada ao dispor. Então a UFMT está aqui dentro capacitando. É um curso de extensão que capacitará essas mulheres que poderão ser absorvidas pelo mercado de trabalho”, concluiu.

    Autoestima – Saudades da família, poucas visitas e a vida em cárcere afetam também a saúde das cerca de 180 recuperandas da Penitenciária Ana Maria do Couto May. A recuperação da dignidade foi um dos pontos mais imgdestacados pelas entidades envolvidas no projeto. Para isso, além da possibilidade de ocupar o tempo trabalhando, o RefloreSer oferece um trabalho mais amplo para desenvolver a autoestima das mulheres que nele atuam, com palestras e atividades lúdicas.

    Até que as mudas se transformem em flores, a ideia e a esperança já florescem nos canteiros das unidades. Plaquinhas com frases elaboradas por crianças sobre o projeto ocupam o espaço a ser cultivado e incentivam as recuperandas a seguirem em frente com a proposta.

    Ressocialização – Marcada pela emoção dos envolvidos, a inauguração do RefloreSer destacou a importância do trabalho de ressocialização no sistema prisional.

    imgDe acordo com o secretário-adjunto de Administração Penitenciária da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), Emanuel Flores, Mato Grosso já ocupa o terceiro lugar no ranking de intermediação de mão de obra do sistema carcerário.

    Supervisor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário (GMF) do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), o desembargador Orlando Perri ressaltou que o trabalho realizado junto ao sistema prisional é essencial para diminuir os índices de criminalidade no país, com iniciativas que permitam a profissionalização para oferecer emprego e dignidade para as egressas.

    Juiz coordenador do GMF e do Núcleo de Execuções Penais (NEP) da Comarca de Cuiabá, Geraldo Fernandes Fidelis Neto, lembrou que o RefloreSer eleva a penitenciária Ana Maria do Couto May ao patamar de onde ela nunca deveria ter saído que é o de melhor presídio público do Brasil.

    Também participou da inauguração o presidente do TJMT, desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha, destacando o comprometimento do Poder Judiciário com o projeto.

    Para a promotora de Justiça Josane Carvalho, trata-se de uma iniciativa ímpar quando se vê tantas instituições importantes envolvidas em uma mesma causa. Já o defensor público André Renato pontuou que o RefloreSer traz uma perspectiva muito melhor para o sistema prisional de Mato Grosso.

    São parceiros do projeto Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT), Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Núcleo de Execuções Penais (NEP), Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT), Fundação Universidade Federal de Mato Grosso (FUFMT), Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), Conselho da Comunidade da Execução Penal da Comarca de Cuiabá, Fundação Nova Chance (Funac) e Associação Cultural Cena Onze.

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